quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Belém (PA) - Brasil.

Belém, capital do estado do Pará, é uma grande cidade com quase 1,5 milhão de habitantes (2010) cercada pela selva amazônica. Sua origem data do início do século XVI com a construção do Forte do Castelo do Senhor Santo Cristo do Presépio de Belém (hoje conhecido como Forte do Presépio) que servia de ponto estratégico para defesa da Amazônia por parte de Portugal. Anos mais tarde chegou a ser considerado um dos locais mais prósperos do mundo, durante o Ciclo da Borracha (entre final do século XVIII e início de XIX). Atualmente é famosa pela culinária exótica com forte influência indígena e pelas diversas possibilidades de cultura e lazer.

Sempre dou a dica de reservar a estadia antes de viajar, é mais fácil, mais barato e assim não perde-se tempo de viagem. Como estávamos num grupo grande, decidimos ficar no Amazônia Hostel (Avenida Governador José Malcher, 592 / www.amazoniahostel.com.br), um lugar tranqüilo que serve um café da manhã bom, com sucos de frutas da região. O valor pago foi de R$30,00 por dia em quarto com 6 camas e banheiro comunitário.

Saímos de Porto Alegre com destino a Belém (Aeroporto Internacional Val de Cans) num vôo com 06h25min de duração incluindo a escala no Rio de Janeiro. No aeroporto pegamos diversos folders com as atrações turísticas e mapas da região. Um taxi nos levou até o hostel, que fica à cerca de 10km, na área central de Belém. São várias as possibilidades de passeios por Belém e proximidades, infelizmente não pudemos desfrutar de tudo que a região tem a oferecer. Vou descrever os principais pontos por onde passamos.

Imagem aérea mostrando as principais atrações da área da Cidade Velha.
1) Casa das Onze Janelas; 2) Forte do Presépio; 3) Mercado Ver-o-Peso;
4) Estação das Docas; 5) Praça da República; 6) Teatro da Paz; 7) Praça
Dom Pedro II; 8) Praça do Relógio e 9) Catedral da Sé. 
(GoogleEarth)

O hostel fica à poucas quadras da Praça da República onde encontra-se o Teatro da Paz, construído em 1878 (auge do Ciclo da Borracha) e apontado como um dos mais luxuosos teatros do Brasil (infelizmente não pudemos visitar o seu interior).

Teatro da Paz.    

     O Jardim Botânico, conhecido como Bosque Rodrigues Alves (R$1,00 a entrada), é um verdadeiro oásis em meio as edificações de Belém. Desde 1883 esta área de 150.000m² de reserva natural abriga vegetação oriunda da mata nativa, além de vegetação exótica inserida posteriormente. Há belas trilhas com animais da região em um mini zoológico e lagos artificiais com centenas de tambaquis (peixe da região amazônica). Diversas iguarias típicas podem ser degustadas, como o famoso (mas não tão atraente) tacacá, preparado com tucupi (líquido extraído da mandioca), goma de tapioca, folhas de jambu e camarão seco. É um passeio interessante que pode durar boa parte do dia.

Imagem aérea mostrando o Jardim Botânico cercado pelas edificações. 
(GoogleEarth)
Trilhas.
Lago.
Tambaquis.
O famoso tacacá.

Belém possui a maior feira livre da América Latina, o Mercado Ver-o-Peso. Localizado na área da Cidade Velha, foi construído em 1625 e teve o nome denominado pela obrigatoriedade de ver o peso das mercadorias que saiam ou chegavam à Amazônia, arrecadando-se os impostos correspondentes para a Coroa Portuguesa. O mercado recebe frutas, ervas medicinais e peixes de todas as partes do interior paraense, chegando principalmente por via fluvial, visto que o mercado se localiza as margens da Baía do Guajará. O Mercado de Ferro é onde ficam os peixes e frutos-do-mar, em sua volta existem centenas de bancas vendendo todo o tipo de coisas que você possa imaginar, são cheiros, cores e sabores impossíveis de descrever. Há possibilidade de provar todos os quitutes regionais na parte do mercado que funciona como uma praça de alimentação. Existe uma área só para o artesanato da região onde destaca-se a arte marajoara, basicamente cerâmicas que imitam a arte do povo que viveu na Ilha do Marajó. Além das castanhas do pará e de cajú, existem opções variadas de frutas da região como o delicioso abricó e o jambo. Há também a área das poções milagrosas e ervas medicinais que prometem a cura para tudo. Por fim, é um passeio muito interessante e vale a pena "perder" um bom tempo percorrendo os corredores de camarão e carne seca, temperos, ervas, entre outros... OBS: Cuidado com os batedores de carteira que rodeiam o mercado.

Vista geral do Mercado Ver-o-Peso.
Artesanato.
Trabalhadora local abrindo a Castanha do Pará. 
Abricó.
Camarões secos.
Carne de pirarucu.
Farinhas.
Poções mágicas.
Tamuatá vendido no Mercado de Ferro.

À poucos metros do Mercado Ver-o-Peso encontra-se o Complexo Feliz Lusitânia, que compreende a parte histórica da cidade. Visitamos a Igreja Nossa Senhora de Belém (Catedral da Sé) que fica junto a Praça Frei Caetano Brandão; os Palácios Antônio Lemos e Lauro Sodré, junto a Praça Dom Pedro II; e a Praça do Relógio. Nesta área ainda pudemos conhecer o Forte do Presépio, marco inicial da cidade com dezenas de canhões que protegiam a região de seus invasores e a Casa das Onze Janelas, que já foi morada de senhor de engenho, hospital militar e hoje é um dos pontos mais procurados pela beleza arquitetônica.

Catedral da Sé.
Forte do Presépio.

A Estação das Docas (www.estacaodasdocas.com.br) é um local maravilhoso inaugurado em 2000 e resulta da restauração dos armazéns do antigo porto de Belém. É basicamente dividido em três armazéns: Boulevard das Artes, Boulevard da Gastronomia e Boulevard das Feiras e Exposições. Escolha um dos restaurantes e experimente as comidas típicas da região. almoçamos um dia no "Lá em Casa", um ótimo restaurante de buffet livre que dentre outros pratos serve o famoso pato ao tucupi. Há algumas lojas com artesanato local, porém fica a dica: muitas das coisas vendidas ali também estão à venda no Mercado Ver-o-Peso, que é bem próximo e tem menos da metade do preço. Local imperdível para dar uma caminhada junto a Baía do Guajará e tomar uma cerveja à noite.

Estação das Docas.

O Museu Paraense Emilio Goeldi (www.museu-goeldi.br) (R$2,00 a entrada) foi fundado em 1866 e desde então tem suas atividades concentradas no estudo científico dos sistemas naturais e socioculturais da Amazônia, bem como na divulgação de conhecimentos e acervos relacionados à região. O Museu na verdade trata-se de um imenso parque (5,2ha) que atualmente é uma das principais áreas de lazer da população de Belém, além de ser utilizado como instrumento de educação ambiental e científica. Possui muitas árvores nativas e animais da região, muitos deles ameaçados de extinção como o peixe-boi, a arara-azul e a onça-pintada. Alguns animais como o bicho-preguiça, iguanas, cotias e diversos pássaros, ficam soltos pelo parque. É mantida uma exposição permanente sobre a obra de Emílio Goeldi e as primeiras coleções formadas pelo naturalista. Definitivamente imperdível.

Museu Paraense Emilio Goeldi.
Museu Paraense Emilio Goeldi.
Museu Paraense Emilio Goeldi.

O Mangal das Garças (algumas partes gratuítas) é um parque ecológico de 40.000m² localizado às margens do Rio Guamá em pleno centro histórico de Belém. O parque foi aberto em 2005 depois de feita a revitalização do espaço. Possui diversos atrativos interessantes destacando-se o Museu Amazônico da Navegação, com diversas réplicas de navios; o Viveiro dos Pássaros, onde você entra no viveiro junto com diversas espécies de pássaros da região;  o Borboletário; o Farol de Belém onde tem-se a visão do parque de uma altura de 47m; e o Manjar das Garças, um dos melhores restaurantes de Belém. Além destes atrativos, a beleza natural do parque já vale a visita.

Mangal das Garças.
Mangal das Garças.
Mangal das Garças.
Mangal das Garças.

O Ver-o-Rio é algo que pode ser chamado de uma praça (as margens da Baía de Guajará) com diversas bancas e bares com comidas típicas.

Ver-o-Rio.

O Espaço São José Liberto é um prédio histórico criado em 1749 que já foi convento, quartel, hospital e presídio. Na década de 1980 foi totalmente restaurado e atualmente abriga o Museu de Gemas do Pará, com mais de 4 mil peças; a Casa do Artesão, onde pode-se encontrar todo o tipo de artesanato da região; o Polo Joalheiro, com seis lojas para comercialização de jóias inspiradas na diversidade cultural amazônica; e uma capela que além de celebrações religiosas é palco de apresentações de música erudita e instrumental e outros eventos artísticos. Ainda há uma sala que foi mantida da forma como era na época de presídio, objetos e fotos contam um pouco da história do prédio naquela época.

Jardim interno do Espaço São José Liberto.

As ruas de Belém possuem em suas calçadas mangueiras com dezenas de metros de altura, e não é tão raro que as frutas caiam em cima de carros e pessoas. Uma preciosidade da cidade é a Sorveteria Cairú  (Avenida Governador José Malcher, 1895 e diversos outros pontos da cidade), que serve sorvetes com sabores das frutas típicas da região. Não deixe de provar.

Enfim... existem muitas outras atrações na cidade e na região. O estado do Pará possui uma riqueza cultural e natural muito grande, desta forma deve-se escolher as atrações imperdíveis e torcer para um dia poder voltar a cidade e visitar o que ficou para trás.
OBS: As referências de preço e horários no texto, são da época da viagem (set. de 2009). 

4 comentários:

  1. Boa tarde Rodrigo, muito interessante teu blog. Vou passar três dias em Belém e gostaria de saber quais pontos tu me indica como indispensáveis. Parabéns pelo blog.

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  2. Obrigado Vanderlei! Seguinte... em 3 dias dá pra fazer bastante coisa. Tu pode separar um dia pra toda a parte do centro histórico; no outro dia tu pode visitar o jardim botânico e o Emílio Goeldi (dois locais que tu não pode deixar de visitar); no último dia tu pode visitar o Mangal das Garças e o Espaço São José Liberto. No intervalo entre estes passeios, procure pela sorveteria Cairú e prove os deliciosos sabores da região, tire uma ou duas noites para passear no Cais do Porto, onde há diversos bares e restaurantes. É isso... espero que aproveite bastante.

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