sábado, 28 de julho de 2012

El Calafate - Argentina.

El Calafate é uma bela cidadezinha com cerca de 17000 habitantes (2010) pertencente ao distrito de Santa Cruz. Fundada em 1927, o pequeno povoado logo prosperou principalmente devido à proximidade ao Parque Nacional Los Glaciares e a cidade de El Chaltén. O nome provém de um fruto pequeno e de cor azul escura muito comum na região. Todo o ano milhares de turistas visitam El Calafate em busca das exuberantes paisagens patagônicas. A enorme distância desde Buenos Aires (2665 km) faz com que a preferencia dos turistas sejam os voos domésticos, incluindo escalas em Ushuaia e outras cidades do sul da Argentina.

Localização de El Calafate no mapa da Argentina. (GoogleEarth)

Escolhemos o Hotel Los Lagos (25 de mayo, 220 / www.loslagoshotel.com.ar), um hotel pequeno, com clima muito familiar, administrado por uma senhora simpática e prestativa chamada Maria Helena. O valor pago foi de AR$1080,00 para quatro dias (já com IVA incluso), o hotel fica muito próximo da Avenida del Libertador San Martin e das principais lojas e restaurantes.

Folder do Hotel Los Lagos.

Vou descrever os principais pontos por onde passamos nos quatro dias em que estivemos por lá:

Dia 1: Saímos de Ushuaia (Aeroporto Malvinas Argentinas) com destino a El Calafate (Aeroporto El Calafate) num voo com 1h30min de duração. Chegamos a El Calafate no meio da tarde e pegamos um ônibus até o centro da cidade (AR$38,00), que dista 22km. Após check-in no hotel, fomos passear um pouco pela área mais movimentada da cidade, a Avenida del Libertador San Martin. Nesta avenida, se encontram diversas lojas com artesanato regional, muitos restaurantes e o maior supermercado, o “La Anonima”. Depois de visitar diversas lojas e feiras de artesanato, fomos jantar no Restaurante Vera Cruz (Avenida del Libertador San Martin, 1150), um ótimo local com pratos na média de AR$45,00/50,00. Aproveite para provar a cerveja Patagônia (Estilo Weisse), de rótulo branco e verde, uma das melhores cervejas que já pude degustar. Antes de regressar ao hotel, fomos até o supermercado comprar o lanche para o dia seguinte.

Feira de artesanato.
Cartão do Restaurante Vera Cruz, uma ótima escolha.

Dia 2: Neste dia, optamos por fazer o passeio Rios de Hielo, onde são visitados alguns dos glaciares pertencentes ao Parque Nacional Los Glaciares. Existem dois tipos de passeio, o Rios de Hielo e o Todo Glaciar. A diferença entre os dois é que o segundo inclui passagem pelo Glaciar Perito Moreno, o mais belo e atraente de todos. Como nossa ideia era reservar um dia inteiro só para o Glaciar Perito Moreno, resolvemos optar pela primeira opção (mais barata). 
O passeio inicia com saída de ônibus de El Calafate no início da manhã. Depois de 47km o ônibus chega ao Puerto Punta Bandera de onde o catamarã sai navegando pelo Lago Argentino e depois de cruzar um estreito conhecido por "Boca del Diablo", entra no chamado Brazo Norte. Cruzando o estreito o catamarã começa a passar pelo incríveis icebergs, de todos os tamanhos e formas que se possa imaginar. A primeira parada é no Glaciar Upsala, onde (infelizmente) não se pode aproximar por causa do grande número de icebergs que formam barreiras naturais. Pouco antes da segunda parada, o catamarã passa em frente ao Glaciar Rio Seco, que esta em processo de retrocesso e não atinge o lago. A segunda parada é feita no Glaciar Spegazzini, onde o catamarã chega muito próximo de suas paredes que chegam a mais de 135m de altura. O nome desse glaciar é uma homenagem ao botânico Carlos Luis Spegazzini, o primeiro a estudar a flora local. Depois de um tempo admirando a beleza estonteante dos paredões de gelo, o catamarã regressa ao porto onde se pega o ônibus de volta a El Calafate
O passeio dura o dia inteiro e custa AR$345,00 + AR$70,00 (entrada no parque para moradores de países do mercosul). Não se esqueça de levar algo para comer e se agasalhar bem, pois o vento frio fora do catamarã é de congelar. É altamente recomendado o uso de protetor solar e óculos de sol devido ao gelo refletir fortemente o sol.
Na volta fomos até a “La Barraca” (Emilio Amado, 833), loja especializada em aluguel de roupas e equipamentos para trekking e acampamento. Fomos retirar calças e luvas impermeáveis para o trekking no Glaciar Perito Moreno que faríamos no dia seguinte. Depois fomos até a estação rodoviária comprar passagens para El Chaltén, onde programamos um trekking para o último dia.
À noite fomos jantar no Rick's Parrilla Azador (Avenida del Libertador San Martin, 1091), restaurante que serve diversas carnes (a vontade) incluindo o famoso "cordeiro patagônico", assado em fogo de chão. O rodízio custou AR$90,00 por pessoa, e além de carnes acompanha um buffet com saladas, arroz, etc...
Passeio Rios de Hielo. 1)El Calafate; 2)Puerto Punta Bandera; 
3) Boca del Diablo; 4) Glaciar Upsala; 5) Glaciar Rio Seco; 
6) Glaciar Spegazzini; e 7) Glaciar Periito Moreno 
[que não faz parte deste passeio]. A linha pontilhada amarela 
indica o caminho feito pelo catamarã. (GoogleEarth)
Ticket de entrada no Parque Nacional Los Glaciares.
Navegando pelo Lago Argentino.
Catamarã se aproximando do estreito "Boca del Diablo".
Iceberg.
Iceberg.
Iceberg.
Glaciar Upsala.
Glaciar Upsala.
Glaciar Upsala.
Glaciar Rio Seco.
Glaciar Spegazzini.
Glaciar Spegazzini.
Glaciar Spegazzini.
Folder da loja La Barraca.

Dia 3: Este era o dia mais esperado: dia de conhecer o Glaciar Perito Moreno, maravilha imponente da natureza e patrimônio mundial da humanidade (Unesco). O Glaciar Perito Moreno localiza-se a sul do Parque Nacional Los Glaciares, a 78km de El Calafate. O nome desse glaciar é uma homenagem a um grande pesquisador da região austral chamado Francisco Pascasio Moreno. Sua área de gelo só perde em tamanho para a Antártica e o Polo Norte.
O passeio inicia com saída de ônibus de El Calafate no início da manhã. Na chegada ao Mirador del Glaciar, o guia fala um pouco da história do glaciar e depois todos são liberados para percorrer as passarelas e vislumbrar todas as vistas panorâmicas que estiver disposto. Há uma grande área com bar, venda de souvenires e banheiros. A área das passarelas é imensa e por este motivo dividida em vários caminhos (alguns curtos e outros mais longos). A minha dica é pra que não fique querendo conhecer todas as vistas panorâmicas possíveis, assim você vai ficar só caminhando e não vai poder desfrutar da imponência do lugar. Pare em algum dos mirantes e fique contemplando a beleza dos paredões de gelo, não raramente a natureza te presenteia com a queda de um bloco de gelo do paredão (uma experiência inigualável). O som do paredão rachando e do bloco atingindo a água, não tem explicação.
Passeio no Glaciar Perito Moreno. 1) Glaciar Perito Moreno; 
2) Passarelas; 3) Puerto Bajo de la Sombra; 
4) Área de desembarque, e 5) Ponto do trekking. (GoogleEarth)  
Glaciar Perito Moreno.
Glaciar Perito Moreno.
Glaciar Perito Moreno.
Glaciar Perito Moreno.
Depois de algumas horas percorrendo as passarelas, regressamos para o ônibus que nos levaria até o Puerto Bajo de la Sombra. Deste porto saem os barcos que vão até a área de trekking. O barco cruza o Lago Rico (cerca de 20min) passando muito próximo da parede sul do glaciar. Ao desembarcar fomos levados até uma cabana onde podem ser deixadas as bolsas, mochilas, etc... É extremamente indicado o uso de roupa e botas impermeável neste passeio. O trekking inicia num bosque muito lindo repleto de calafates, onde é feita uma pausa para o guia mostrar alguns detalhes da região. Chegando no início do glaciar, há algumas cabanas improvisadas para a colocação dos grampos nas botas, estes servem para estabilizar a caminhada no gelo (lembrando que o gelo é duro e maciço, igualzinho aos cubos de gelo da geladeira e não fofo como a neve). No trajeto percorrido em cima do glaciar, passa-se por alguns “córregos” formados pelo degelo, em hipótese alguma deixe de provar a água (a mais pura e deliciosa que já bebi). A vista é impressionante e a gente se sente um “ser totalmente inferior” perto de tamanha imponência da natureza. No final do trekking no glaciar os guias recolhem gelo, servem num copo com uísque e ainda brincam “uísque 12 anos com gelo de dezenas de milhões de anos”. Não perca a oportunidade de fazer esse passeio é algo realmente inacreditável.
O passeio completo dura o dia inteiro e custa AR$540,00 + AR$70,00 (entrada no parque para moradores de países do mercosul). Compramos este passeio na Hielo y Aventura (Avenida del Libertador San Martin, 935 / www.hieloyaventura.com), empresa que dispõem de diversas opções para a região. Não se esqueça de levar algo para comer e se agasalhar bem, vá com uma peça de roupa e leve outra impermeável para usar no trekking. É altamente recomendado o uso de protetor solar e óculos de sol devido ao gelo refletir fortemente o sol.
À noite fomos passear pela cidade e jantar novamente no Restaurante Vera Cruz.

Face Sul do Perito Moreno.
Face Sul do Perito Moreno.
Face Sul do Perito Moreno.
Trekking no Glaciar Perito Moreno.
Trekking no Glaciar Perito Moreno.
Calafates.

Dia 4: No último dia inteiro para conhecer a região, resolvemos ir para El Chaltén fazer um trekking nos arredores do Cerro Fitz Roy. Esse texto estará disponível em breve no post “El Chaltén - Argentina”.
À noite, depois de um dia exaustivo, fomos comprar alguns presentes e jantar. Dentre os produtos típicos da região (para presentear amigos e familiares) está o licor e a geleia de calafate (a fruta) que são facilmente encontrados nas lojas de artesanato, o chocolate Laguna Negra (mesmo encontrado em Ushuaia) e roupas de lã.

No dia seguinte seguimos viagem pela Argentina. Vale ressaltar que na saída de El Calafate paga-se AR$38,00 de taxas de embarque no aeroporto (essas taxas não estão inclusas no ticket).

Se estiver de viagem pelo sul da Argentina/Chile, não perca a oportunidade de conhecer a bela cidadezinha de El Calafate e os maravilhosos glaciares que ficam a poucos quilômetros da mesma.
OBS: As referências de preço e horários no texto, são da época da viagem (jan. de 2012).  

terça-feira, 10 de julho de 2012

Maxaranguape / Maracajaú (RN) - Brasil

Maxaranguape é um pequeno município localizado 54km a norte de Natal. Possui cerca de 7000 habitantes (2010), que vivem basicamente da pesca e do turismo. O município é muito visitado devido a Praia de Maracajaú e seus lindos recifes de coral que tornam o local ideal para o mergulho esportivo.

Visitamos a Praia de Maracajaú + Punaú num passeio de 1 dia durante estadia em Natal. Fizemos este passeio com a empresa de turismo Marazul (Rua Vereador Manoel Sátiro, 75, loja 1 - Ponta Negra / www.passeiodebuggy.com.br), uma das maiores do ramo em Natal. Fazem todo o tipo de passeios pela região e na minha humilde opinião é uma grande escolha na hora de optar por passeios fora da área urbana.

Uma van da empresa nos buscou de manhã bem cedo no hotel e iniciamos o passeio. Chegando à praia fomos conduzidos até o Portal de Maracajaú, um local amplo e aberto com restaurante, piscinas e vestiários. Antes de ir ao catamarã (barco que realiza o passeio) é indicado que se faça o pedido do almoço, desta forma ao retornar do mergulho a sua comida já está pronta e não atrasa o resto do passeio. O valor do almoço para duas pessoas é na média de R$60,00. Os recifes de coral ficam a 7km da praia, o que leva 30min de catamarã por águas tranquilas e muito limpas. Na maré baixa o mar recua e deixa os recifes em áreas com 1 a 3m de profundidade em piscinas naturais com a exuberante beleza da vida marinha. O tempo de mergulho é de 2h, vislumbrando corais, dezenas de espécies de peixes, moreias e se tiver muita sorte polvos, tartarugas, entre outros... O catamarã conta com um bar onde há bebidas e alguns quitutes feitos na hora (espetinho de camarão e lagosta). É um lugar maravilhoso que pode ser visitado por pessoas de todas as idades, há cordas que auxiliam as pessoas que tem muito medo da água e os mergulhadores estão sempre prontos pra ajudar. Depois das 2 horas de atividades no mar, o barco retorna ao Portal de Maracajaú, onde o almoço escolhido já esta a sua espera. Se quiser pode aproveitar a piscina e alugar bugues para passear nas dunas.

Portal de Maracajaú.
Catamarã.
Local de mergulho.
Coral
Moreia
 Peixes.

Após o almoço, seguimos em direção a Praia de Punaú, onde visitamos o Punaú Praia Hotel (www.punaupraiahotel.com.br), um lugar maravilhoso na foz do Rio Punaú. A paisagem em meio a dunas, coqueiros e a junção do rio com o mar, faz desse hotel um lugar maravilhoso e muito especial para repousar em harmonia com a natureza. O local conta com um restaurante, aluguel de canoa, bugue e diversas opções de lazer.

Punaú Praia Hotel.
Família de saguis no Punaú Praia Hotel

No retorno para Natal, paramos em tendas na beira da estrada para ver as criações de caranguejo e provar/comprar algumas frutas regionais.

Tanque de caranguejos.

O passeio total dura 1 dia inteiro e custa R$85,00. Não se esqueça de levar muito protetor solar, trajes de banho, toalha, chapéu e se tiver uma roupa de mergulho (aquelas de neoprene) é interessante para escapar do sol forte.
OBS: As referências de preço e horários no texto, são da época da viagem (out. de 2011). 

domingo, 8 de julho de 2012

Tibau do Sul / Praia da Pipa (RN) - Brasil

Tibau do Sul é um município com cerca de 6000 habitantes (2011) que dista 84km de Natal. A Praia da Pipa é o local mais procurado da região pelos turistas devido às belas falésias e aos golfinhos. É um lugar muito interessante para fazer um passeio de 1 dia vindo de Natal. Saímos de Natal de carro pela BR-101 até o município de Goianinha, onde pegamos a RN-003 diretamente para Praia da Pipa . O trajeto leva em torno de 1h40min.

Rota de Natal para a Praia da Pipa (GoogleEarth).

Chegando à praia, escolha um dos estacionamentos para deixar o carro, as ruas são muito estreitas e não são todas que possuem lugares liberados para estacionar. A maioria dos estacionamentos possui chuveiros para se banhar após a volta de um banho de mar. Não lembro ao certo quanto foi pago, mas acredito que foi entre R$10-15,00.

A beira da praia é repleta de bancas com restaurantes que oferecem todo o tipo de refeição. Optamos por fazer o passeio de barco na parte da manhã, e deixar a tarde livre. Existem várias equipes que fazem este passeio, escolhemos a Mar Azul que nos cobrou R$25,00 por um passeio com cerca de 1h30min com pausa para banho. No passeio é possível avistar as belas praias da região e os golfinhos que pouco se arriscaram perto do barco. Vale a pena também pelo banho nas águas bem verdes que a praia tem a oferecer.

Passeio de barco pelas praias de Tibau do Sul.
Passeio de barco pelas praias de Tibau do Sul.

Retornando do passeio de barco, paramos para almoçar na Barraca do Gaúcho, que serve porções amigáveis na média de R$60,00. Não deixe de provar o caranguejo cozido na água, que é cozido inteiro e acompanha um martelinho de madeira para quebra-lo e assim conseguir comer a pouca carne que ele possui.

Na saída da Praia da Pipa localiza-se o Santuário Ecológico da Pipa (entrada gratuita), um parque bem estruturado com várias opções de trilha em área de preservação ambiental. Há vários mirantes onde é possível visualizar tartarugas e belas prainhas. Se tiver disposição desça os 150 degraus que levam a Praia do Madeiro, uma prainha linda e cheia de falésias, onde é possível acompanhar a abertura dos ninhos de tartaruga marinha coordenadas pelo Projeto Tamar (janeiro a junho).

Mapa do Santuário Ecológico da Pipa. 
(retirado de www.pipa.com.br/santuarioecologico/index.asp.)
Vista de um dos mirantes.
Tartaruga marinha avistada no Mirante das Tartarugas.
Trilha.
Praia do Madeiro.

Resumindo: A Praia da Pipa é um ótimo local para um passeio de 1 dia inteiro. Não se esqueça de levar água, protetor solar, chapéu, roupa de banho e toalha.
OBS: As referências de preço e horários no texto, são da época da viagem (out. de 2011). 

sábado, 7 de julho de 2012

Natal (RN) - Brasil

Natal, capital do Rio Grande do Norte, é uma bela cidade com pouco mais de 800.000 habitantes (2010). A história da cidade tem início em 1598 com a chegada dos portugueses e a instalação do Forte dos Reis Magos. Pela sua posição geográfica estratégica serviu como base para o exército americano durante a Segunda Guerra Mundial (1942) e hoje em dia é vigiada constantemente pelo exército brasileiro, para evitar invasões. As praias e belezas naturais da região garantem a visita de milhares de turistas todo o ano.

Sempre dou a dica de reservar a estadia antes de viajar, é mais fácil, mais barato e assim não se perde tempo de viagem. Escolhemos o Marambaia Apart Hotel (Rua Francisco Gurgel, 63 - Ponta Negra / www.marambaiaaparthotel.com.br). Um lugar tranqüilo (a uma quadra do mar) com um bom café da manhã (incluindo tapiocas feitas na hora), na região da praia de Ponta Negra. O valor pago foi de R$140,00 por dia em quarto para 3 pessoas.

Saímos de Porto Alegre com destino a Natal (Aeroporto Internacional Augusto Severo) numa viagem com cerca de 12h de duração incluindo escalas em Florianópolis e Rio de Janeiro. É o preço que se paga por utilizar o plano de milhagens, mas no fim das contas vale muito a pena pagar só as taxas de embarque (cerca de R$40,00 por trecho). No aeroporto retiramos o carro que havíamos reservado com a empresa Hertz. São várias as possibilidades de passeios por Natal e proximidades, infelizmente não pudemos desfrutar de tudo que a região tem a oferecer. Vou descrever os principais pontos por onde passamos:


Imagem aérea de Natal e arredores (GoogleEarth) mostrando
alguns dos pontos citados no texto: 1) Praia de Ponta Negra;
2) Praia do Meio; 3) Praia de Genipabu; e 4) Praia de Muriú. 

Um dos passeios mais tradicionais da região é o passeio de bugue nas dunas de Genipabu e praias vizinhas. A praia de Genipabu fica a 20km de Natal no município vizinho chamado Extremoz. Fomos até Genipabu de carro e chegando próximo da região da praia nos chamou a atenção um cara fantasiado de Homem-Aranha com aquele calor todo. O palco dele se completava com uma faixa escrita “Compre castanha com o Homem-Aranha”. No local onde ele estava havia um estabelecimento com bugues e resolvemos parar pra contratar o passeio. Aqui vale a pena abrir um “pequeno” parênteses (depois, retornando ao hotel, descobrimos que pagamos bem mais caro do que o valor real [a dica é que você marque este passeio no próprio hotel, é mais barato e te buscam onde você estiver]). Enfim, este passeio pode ser escolhido de duas formas: um mais curto, passando só pelas dunas de Genipabu, e outro mais completo que vai até outras praias mais a norte. O passeio completo (ao qual escolhemos) tem duração média de 8 horas e custou R$380,00 (por bugue).


O Homem-Aranha de Genipabu.

O roteiro inicia nas dunas de Genipabu, onde se paga R$8,00 (cada) para entrada no parque. As dunas se tornam algo semelhante a uma montanha-russa quando percorridas pelos bugues. Há diversas paradas para fotos, uma delas na Lagoa de Genipabu e outra onde os passageiros podem trocar os bugues por um passeio de dromedário. O bugue passa pela praia de Barra do Rio onde tem que atravessar um riozinho com uma pequena jangada (mais R$20,00 por bugue) e faz uma parada na Lagoa de Pitangui, um lugar interessante para comer algum petisco, banhar-se ou simplesmente descansar nas mesas à beira da lagoa. O local conta com boa estrutura de quiosques e sanitários. Da lagoa, o bugue segue até as dunas douradas de Jacumã, que formam uma paisagem espetacular. Na Lagoa do Jacumã, pode-se praticar “esportes” locais como o “aerobunda”, onde uma tirolesa o leva (sentado) de uma duna alta até a lagoa (R$10,00). Finalizamos o passeio com um belo almoço na Praia de Muriú, onde os pratos saem na média de R$55,00 a R$60,00 para duas pessoas. O retorno é feito por dentro de diversas praias, oque torna a viagem de volta bem interessante. O passeio dura boa parte do dia, não se esqueça de levar água, protetor solar, chapéu (de preferencia algo que fique bem preso à cabeça), roupa de banho e toalha.

Dunas de Genipabu.
Lagoa de Genipabu.
Travessia de balsa na praia de Barra do Rio.
Lagoa de Pitangui.
Dunas douradas de Jacumã.
“Aerobunda" na Lagoa do Jacumã.

A praia de Ponta Negra é o local onde os turistas costumam se hospedar. Ali está distribuída grande parte dos hotéis e pousadas, além de diversos bares, restaurantes e artesanatos à beira-mar. A orla da praia é um ótimo lugar para caminhadas que podem se estender até o Morro do Careca, uma duna com mais de 100m de altura, rodeada por vegetação. Passeios em cima duna não são mais permitidos visando preservar a vegetação nativa e prevenir a erosão da duna. Se quiser curtir a praia sem se preocupar com cadeiras e tudo mais, desembolse R$8,00 e seus problemas estarão solucionados. A parte chata desta praia são os vendedores (e não são poucos) que não dão sossego oferecendo todo o tipo de coisa. Um local bem legal e com comida saborosa para degustar é o Cactus (Avenida Erivin França, 5 - Ponta Negra), um restaurante mexicano que serve também outros pratos. Não deixe de provar a deliciosa casquinha de caranguejo (R$6,50). No mesmo prédio do Cactus fica um restaurante que serve rodízio de camarão por R$35,50. No dia em que fomos não estava muito bom, apesar de uma grande variedade de pratos, os camarões vinham meio crus.

Praia de Ponta Negra com o Morro do Careca no fundo.

O Forte dos Reis Magos foi o marco inicial da cidade. Sua construção iniciou dia 6 de janeiro de 1598, dia dos Reis Magos (por isso recebeu este nome). Foi construído em ponto estratégico na foz do Rio Potenji, desta forma os portugueses tinha controle tanto dos barcos que vinham do oceano, quanto dos que vinham do continente. A Praia de Ponta Negra fica um pouco longe do Forte dos Reis Magos, desta forma você deve escolher entre um táxi (cerca de R$12,00) e o ônibus (R$2,20). Logo na chegada há um estacionamento onde se encontram diversas bancas de artesanato e a bilheteria (R$3,00). Da bilheteria até o forte, são quase 700m de caminhada numa passarela com linda vista da Ponte Newton Navarro e da foz do Rio Potenji. Logo na entrada do forte se encontra o mais antigo documento histórico do Brasil, o Marco de Touros. A peça toda em mármore e com a cruz de malta esculpida, teria sido o primeiro marco de posse da coroa portuguesa no Brasil. Chegando ao pátio interno a primeira coisa que se vê é a capela, que fica bem no centro. Alguns dos alojamentos viraram lojinhas de artesanato, lancheria ou pontos de exposição de fotos e objetos históricos. Os corredores superiores são a melhor parte do passeio, lá estão os canhões usados para afastar os inimigos e também uma das vistas mais belas da cidade. É um passeio para ocupar a manhã inteira, não se esqueça de levar água, protetor solar e chapéu.

Marco de Touros.
O Forte dos Reis Magos com a Ponte Newton Navarro ao fundo.

Próximo ao Forte dos Reis Magos está a Praia do Meio e a Praia dos Artistas, locais bem interessantes para caminhar à beira-mar e tomar água de coco (R$1,50). Essas praias eram o auge até a década de 80 quando começaram os investimentos pesados na Praia de Ponta Negra levando todos os investimentos e os turistas. Hoje essas praias são frequentadas principalmente pelos natalenses. São praias cortadas por recifes, que formam piscinas naturais, muito interessantes para visualizar a vida marinha que se desenvolve nesses ambientes (caranguejos, anêmonas, ouriços, entre outros...).

Praia do Meio.
Praia do Meio.
Ouriço.
Anêmona.

A área central de Natal exibe diversos pontos turísticos com valor histórico inestimável. É o caso da Igreja do Galo (Rua Santo Antônio, 683 - Cidade Alta), construída em 1766 em estilo barroco; o Theatro Alberto Maranhão (Praça Augusto Severo, s/n – Ribeira), construído em 1898 com influência francesa; o Museu de Cultura Popular (Rua Chile, 106 – Ribeira), que apresenta toda a parte folclórica da região (gratuito); e a Pinacoteca do Rio Grande do Norte (Praça 7 de setembro, s/n – Cidade Alta / www.fja.rn.gov.br/pinacoteca/index.htm), prédio construído em 1873 que já foi Palácio do Governo e hoje exibe diversas obras de artistas locais e artistas renomados como Tarsila do Amaral (gratuito). Um táxi do Forte dos Reis Magos até a área central custa cerca de R$19,00.

Theatro Alberto Maranhão.
"Natureza" de Tarsila do Amaral, na Pinacoteca do Rio Grande do Norte.

Se você não quer sair de Natal sem uma lembrancinha para familiares e amigos, o Shopping do Artesanato Potiguar (Avenida Engenheiro Roberto Freire, 8000 - Ponta Negra / www.shoppingartesanatopotiguar.com.br) é o lugar certo para suas compras. São centenas de bancas com tudo que você possa imaginar de artesanato, roupas e produtos naturais. Destaque para a loja Mandacaru que vende produtos típicos como licores, castanhas e doces em geral.

Se quiser jantar num local acolhedor e com comida de primeira qualidade a preço justo, vá ao Restaurante Farofa d’água (Avenida Praia de Ponta Negra, 8952 - Ponta Negra). Lá você pode escolher entre diversos pratos com peixes e frutos do mar em porções para 2 ou 3 pessoas por (em média) R$50-60,00. Se você estiver longe do restaurante não tem problema nenhum, eles te buscam e te “devolvem” onde você indicar.

Concilie Natal com outros municípios vizinhos. Estivemos de carro na Praia da Pipa (post Tibaú do Sul / Praia da Pipa (RN) - Brasil) e a empresa de turismo Marazul nos levou ao passeio Maracajaú + Punaú (post Maxaranguape/Maracajaú-RN - Brasil).

Resumindo: Natal e arredores são lugares muito interessantes pra quem gosta de conciliar as belezas naturais e o descanso com verdadeiras aulas de história a céu aberto. Percorra as praias e belezas naturais da região, mas não deixe de visitar os pontos históricos que ajudaram a moldar o Brasil de hoje em dia.
OBS: As referências de preço e horários no texto, são da época da viagem (out. de 2011).