segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Pompéia - Itália

As ruínas de Pompéia são muito famosas por possibilitar uma visão do cotidiano das cidades no tempo do Império Romano. A cidade foi totalmente soterrada por cinzas vulcânicas da erupção do Vesúvio em 79 d.C. e só voltou a aparecer depois de escavações iniciadas na metade do século XVIII. A espessa camada de cinzas possibilitou a preservação de boa parte da cidade, assim como alguns detalhes do dia a dia das pessoas na época da tragédia. Pompéia fica a 22km de Nápoles, cidade mais importante da região sul italiana.

Parte do mapa da Itália mostrando a localização
de Roma (1) e Nápoles (2) (GoogleEarth).
Trajeto de Nápoles (1) para Pompéia (3) com o 
vulcão Vesúvio (2) no meio (GoogleEarth)

Visitamos Pompéia saindo de Roma, num passeio de um dia inteiro. Para chegar às ruínas compramos ticket de trem para Nápoles ($10,50 ida e $19,50 volta / 2h10min de duração) e de Nápoles outro pequeno trem para Pompéia ($4,80 ida e volta / cerca de 30min). O valor de entrada nas ruínas é de $11,00.

Ticket do trem de Nápoles para Roma.
Ticket de entrada para as ruínas de
Pompéia.

Ouvi falar muito mal dos guias que trabalham nas ruínas (pouco atenciosos e aceleram demais a visita), por isso decidimos fazer todo o passeio sozinhos. Na entrada são distribuídos mapas muito úteis com a planta da cidade e um livreto com as informações mais importantes sobre cada ponto. Se decidir fazer o mesmo, é bom que leia um pouco sobre Pompéia antes, pois fazer este passeio sem nenhum conhecimento dos fatos pode ser angustiante.

É impossível escrever esse post sem contar um pouco da história de Pompéia. A cidadezinha possuía cerca de 20 mil habitantes na época da erupção, de acordo com as ruínas (incrivelmente preservadas) era uma localidade próspera com diversas casas de comércio, aqueduto, uma grande basílica (usada para administração de justiça e negociações comerciais), pelo menos quatro banhos públicos, um teatro, um grande anfiteatro (onde lutavam os gladiadores) e até mesmo bordéis.

Basílica.
Uma das ruelas de Pompéia.
Parte da "Casa da pequena fonte".
Detalhe na "Casa de Apollo".
Grande teatro.
Anfiteatro (vista externa).
Anfiteatro (vista interna).

A erupção do Vesúvio teria durado dois dias, segundo informações da única testemunha a deixar registros escritos sobre a tragédia , Plínio, o Moço. De acordo com ele, a manhã do primeiro dia teria sido normal, porém ao entardecer uma explosão lançou uma coluna gigantesca de cinzas vulcânicas, neste momento parte dos habitantes teriam fugido para áreas mais distantes. Durante a noite ou no começo do dia seguinte, os fluxos piroclásticos começaram a atingir as regiões próximas ao vulcão. Estes fluxos são conhecidos por conterem gases de temperaturas muito altas (100-800°C), além da ejeção de fragmentos de rocha a longas distâncias. Esse foi o último cenário visto pela população de Pompéia, estima-se que cerca de 16000 pessoas morreram durante a erupção do Vesúvio. Estudos apontam que as principais causas de morte foram o calor descomunal (gases acima de 700°C) e o sufocamento por cinza vulcânica.

Quando iniciaram a exploração, os cientistas se intrigaram com vários espaços vazios nas camadas de cinza. Pouco tempo depois descobriram que estes espaços eram deixados pelos corpos decompostos. Desta forma criaram uma técnica de injetar gesso nas cavidades para criar um molde perfeito do formato das vítimas do Vesúvio. O resultado final mostra com ricos detalhes as pessoas e suas ultimas posições em vida, assim como vestimentas e utensílios de uso pessoal.

Molde das vítimas do Vulcão Vesúvio.

Pompéia é um local apaixonante para quem gosta de história (como eu). Vá preparado para passar um dia inteiro nas ruínas, leve protetor solar, chapéu, água, um lanche e não se esqueça de usar roupa e tênis confortável (a caminhada é longa). No mais aproveite a oportunidade de passear por um vilarejo dos tempos áureos da Roma Antiga.
OBS: As referências de preço e horários no texto, são da época da viagem (fev. de 2009). 

sábado, 28 de julho de 2012

El Calafate - Argentina.

El Calafate é uma bela cidadezinha com cerca de 17000 habitantes (2010) pertencente ao distrito de Santa Cruz. Fundada em 1927, o pequeno povoado logo prosperou principalmente devido à proximidade ao Parque Nacional Los Glaciares e a cidade de El Chaltén. O nome provém de um fruto pequeno e de cor azul escura muito comum na região. Todo o ano milhares de turistas visitam El Calafate em busca das exuberantes paisagens patagônicas. A enorme distância desde Buenos Aires (2665 km) faz com que a preferencia dos turistas sejam os voos domésticos, incluindo escalas em Ushuaia e outras cidades do sul da Argentina.

Localização de El Calafate no mapa da Argentina. (GoogleEarth)

Escolhemos o Hotel Los Lagos (25 de mayo, 220 / www.loslagoshotel.com.ar), um hotel pequeno, com clima muito familiar, administrado por uma senhora simpática e prestativa chamada Maria Helena. O valor pago foi de AR$1080,00 para quatro dias (já com IVA incluso), o hotel fica muito próximo da Avenida del Libertador San Martin e das principais lojas e restaurantes.

Folder do Hotel Los Lagos.

Vou descrever os principais pontos por onde passamos nos quatro dias em que estivemos por lá:

Dia 1: Saímos de Ushuaia (Aeroporto Malvinas Argentinas) com destino a El Calafate (Aeroporto El Calafate) num voo com 1h30min de duração. Chegamos a El Calafate no meio da tarde e pegamos um ônibus até o centro da cidade (AR$38,00), que dista 22km. Após check-in no hotel, fomos passear um pouco pela área mais movimentada da cidade, a Avenida del Libertador San Martin. Nesta avenida, se encontram diversas lojas com artesanato regional, muitos restaurantes e o maior supermercado, o “La Anonima”. Depois de visitar diversas lojas e feiras de artesanato, fomos jantar no Restaurante Vera Cruz (Avenida del Libertador San Martin, 1150), um ótimo local com pratos na média de AR$45,00/50,00. Aproveite para provar a cerveja Patagônia (Estilo Weisse), de rótulo branco e verde, uma das melhores cervejas que já pude degustar. Antes de regressar ao hotel, fomos até o supermercado comprar o lanche para o dia seguinte.

Feira de artesanato.
Cartão do Restaurante Vera Cruz, uma ótima escolha.

Dia 2: Neste dia, optamos por fazer o passeio Rios de Hielo, onde são visitados alguns dos glaciares pertencentes ao Parque Nacional Los Glaciares. Existem dois tipos de passeio, o Rios de Hielo e o Todo Glaciar. A diferença entre os dois é que o segundo inclui passagem pelo Glaciar Perito Moreno, o mais belo e atraente de todos. Como nossa ideia era reservar um dia inteiro só para o Glaciar Perito Moreno, resolvemos optar pela primeira opção (mais barata). 
O passeio inicia com saída de ônibus de El Calafate no início da manhã. Depois de 47km o ônibus chega ao Puerto Punta Bandera de onde o catamarã sai navegando pelo Lago Argentino e depois de cruzar um estreito conhecido por "Boca del Diablo", entra no chamado Brazo Norte. Cruzando o estreito o catamarã começa a passar pelo incríveis icebergs, de todos os tamanhos e formas que se possa imaginar. A primeira parada é no Glaciar Upsala, onde (infelizmente) não se pode aproximar por causa do grande número de icebergs que formam barreiras naturais. Pouco antes da segunda parada, o catamarã passa em frente ao Glaciar Rio Seco, que esta em processo de retrocesso e não atinge o lago. A segunda parada é feita no Glaciar Spegazzini, onde o catamarã chega muito próximo de suas paredes que chegam a mais de 135m de altura. O nome desse glaciar é uma homenagem ao botânico Carlos Luis Spegazzini, o primeiro a estudar a flora local. Depois de um tempo admirando a beleza estonteante dos paredões de gelo, o catamarã regressa ao porto onde se pega o ônibus de volta a El Calafate
O passeio dura o dia inteiro e custa AR$345,00 + AR$70,00 (entrada no parque para moradores de países do mercosul). Não se esqueça de levar algo para comer e se agasalhar bem, pois o vento frio fora do catamarã é de congelar. É altamente recomendado o uso de protetor solar e óculos de sol devido ao gelo refletir fortemente o sol.
Na volta fomos até a “La Barraca” (Emilio Amado, 833), loja especializada em aluguel de roupas e equipamentos para trekking e acampamento. Fomos retirar calças e luvas impermeáveis para o trekking no Glaciar Perito Moreno que faríamos no dia seguinte. Depois fomos até a estação rodoviária comprar passagens para El Chaltén, onde programamos um trekking para o último dia.
À noite fomos jantar no Rick's Parrilla Azador (Avenida del Libertador San Martin, 1091), restaurante que serve diversas carnes (a vontade) incluindo o famoso "cordeiro patagônico", assado em fogo de chão. O rodízio custou AR$90,00 por pessoa, e além de carnes acompanha um buffet com saladas, arroz, etc...
Passeio Rios de Hielo. 1)El Calafate; 2)Puerto Punta Bandera; 
3) Boca del Diablo; 4) Glaciar Upsala; 5) Glaciar Rio Seco; 
6) Glaciar Spegazzini; e 7) Glaciar Periito Moreno 
[que não faz parte deste passeio]. A linha pontilhada amarela 
indica o caminho feito pelo catamarã. (GoogleEarth)
Ticket de entrada no Parque Nacional Los Glaciares.
Navegando pelo Lago Argentino.
Catamarã se aproximando do estreito "Boca del Diablo".
Iceberg.
Iceberg.
Iceberg.
Glaciar Upsala.
Glaciar Upsala.
Glaciar Upsala.
Glaciar Rio Seco.
Glaciar Spegazzini.
Glaciar Spegazzini.
Glaciar Spegazzini.
Folder da loja La Barraca.

Dia 3: Este era o dia mais esperado: dia de conhecer o Glaciar Perito Moreno, maravilha imponente da natureza e patrimônio mundial da humanidade (Unesco). O Glaciar Perito Moreno localiza-se a sul do Parque Nacional Los Glaciares, a 78km de El Calafate. O nome desse glaciar é uma homenagem a um grande pesquisador da região austral chamado Francisco Pascasio Moreno. Sua área de gelo só perde em tamanho para a Antártica e o Polo Norte.
O passeio inicia com saída de ônibus de El Calafate no início da manhã. Na chegada ao Mirador del Glaciar, o guia fala um pouco da história do glaciar e depois todos são liberados para percorrer as passarelas e vislumbrar todas as vistas panorâmicas que estiver disposto. Há uma grande área com bar, venda de souvenires e banheiros. A área das passarelas é imensa e por este motivo dividida em vários caminhos (alguns curtos e outros mais longos). A minha dica é pra que não fique querendo conhecer todas as vistas panorâmicas possíveis, assim você vai ficar só caminhando e não vai poder desfrutar da imponência do lugar. Pare em algum dos mirantes e fique contemplando a beleza dos paredões de gelo, não raramente a natureza te presenteia com a queda de um bloco de gelo do paredão (uma experiência inigualável). O som do paredão rachando e do bloco atingindo a água, não tem explicação.
Passeio no Glaciar Perito Moreno. 1) Glaciar Perito Moreno; 
2) Passarelas; 3) Puerto Bajo de la Sombra; 
4) Área de desembarque, e 5) Ponto do trekking. (GoogleEarth)  
Glaciar Perito Moreno.
Glaciar Perito Moreno.
Glaciar Perito Moreno.
Glaciar Perito Moreno.
Depois de algumas horas percorrendo as passarelas, regressamos para o ônibus que nos levaria até o Puerto Bajo de la Sombra. Deste porto saem os barcos que vão até a área de trekking. O barco cruza o Lago Rico (cerca de 20min) passando muito próximo da parede sul do glaciar. Ao desembarcar fomos levados até uma cabana onde podem ser deixadas as bolsas, mochilas, etc... É extremamente indicado o uso de roupa e botas impermeável neste passeio. O trekking inicia num bosque muito lindo repleto de calafates, onde é feita uma pausa para o guia mostrar alguns detalhes da região. Chegando no início do glaciar, há algumas cabanas improvisadas para a colocação dos grampos nas botas, estes servem para estabilizar a caminhada no gelo (lembrando que o gelo é duro e maciço, igualzinho aos cubos de gelo da geladeira e não fofo como a neve). No trajeto percorrido em cima do glaciar, passa-se por alguns “córregos” formados pelo degelo, em hipótese alguma deixe de provar a água (a mais pura e deliciosa que já bebi). A vista é impressionante e a gente se sente um “ser totalmente inferior” perto de tamanha imponência da natureza. No final do trekking no glaciar os guias recolhem gelo, servem num copo com uísque e ainda brincam “uísque 12 anos com gelo de dezenas de milhões de anos”. Não perca a oportunidade de fazer esse passeio é algo realmente inacreditável.
O passeio completo dura o dia inteiro e custa AR$540,00 + AR$70,00 (entrada no parque para moradores de países do mercosul). Compramos este passeio na Hielo y Aventura (Avenida del Libertador San Martin, 935 / www.hieloyaventura.com), empresa que dispõem de diversas opções para a região. Não se esqueça de levar algo para comer e se agasalhar bem, vá com uma peça de roupa e leve outra impermeável para usar no trekking. É altamente recomendado o uso de protetor solar e óculos de sol devido ao gelo refletir fortemente o sol.
À noite fomos passear pela cidade e jantar novamente no Restaurante Vera Cruz.

Face Sul do Perito Moreno.
Face Sul do Perito Moreno.
Face Sul do Perito Moreno.
Trekking no Glaciar Perito Moreno.
Trekking no Glaciar Perito Moreno.
Calafates.

Dia 4: No último dia inteiro para conhecer a região, resolvemos ir para El Chaltén fazer um trekking nos arredores do Cerro Fitz Roy. Esse texto estará disponível em breve no post “El Chaltén - Argentina”.
À noite, depois de um dia exaustivo, fomos comprar alguns presentes e jantar. Dentre os produtos típicos da região (para presentear amigos e familiares) está o licor e a geleia de calafate (a fruta) que são facilmente encontrados nas lojas de artesanato, o chocolate Laguna Negra (mesmo encontrado em Ushuaia) e roupas de lã.

No dia seguinte seguimos viagem pela Argentina. Vale ressaltar que na saída de El Calafate paga-se AR$38,00 de taxas de embarque no aeroporto (essas taxas não estão inclusas no ticket).

Se estiver de viagem pelo sul da Argentina/Chile, não perca a oportunidade de conhecer a bela cidadezinha de El Calafate e os maravilhosos glaciares que ficam a poucos quilômetros da mesma.
OBS: As referências de preço e horários no texto, são da época da viagem (jan. de 2012).  

terça-feira, 10 de julho de 2012

Maxaranguape / Maracajaú (RN) - Brasil

Maxaranguape é um pequeno município localizado 54km a norte de Natal. Possui cerca de 7000 habitantes (2010), que vivem basicamente da pesca e do turismo. O município é muito visitado devido a Praia de Maracajaú e seus lindos recifes de coral que tornam o local ideal para o mergulho esportivo.

Visitamos a Praia de Maracajaú + Punaú num passeio de 1 dia durante estadia em Natal. Fizemos este passeio com a empresa de turismo Marazul (Rua Vereador Manoel Sátiro, 75, loja 1 - Ponta Negra / www.passeiodebuggy.com.br), uma das maiores do ramo em Natal. Fazem todo o tipo de passeios pela região e na minha humilde opinião é uma grande escolha na hora de optar por passeios fora da área urbana.

Uma van da empresa nos buscou de manhã bem cedo no hotel e iniciamos o passeio. Chegando à praia fomos conduzidos até o Portal de Maracajaú, um local amplo e aberto com restaurante, piscinas e vestiários. Antes de ir ao catamarã (barco que realiza o passeio) é indicado que se faça o pedido do almoço, desta forma ao retornar do mergulho a sua comida já está pronta e não atrasa o resto do passeio. O valor do almoço para duas pessoas é na média de R$60,00. Os recifes de coral ficam a 7km da praia, o que leva 30min de catamarã por águas tranquilas e muito limpas. Na maré baixa o mar recua e deixa os recifes em áreas com 1 a 3m de profundidade em piscinas naturais com a exuberante beleza da vida marinha. O tempo de mergulho é de 2h, vislumbrando corais, dezenas de espécies de peixes, moreias e se tiver muita sorte polvos, tartarugas, entre outros... O catamarã conta com um bar onde há bebidas e alguns quitutes feitos na hora (espetinho de camarão e lagosta). É um lugar maravilhoso que pode ser visitado por pessoas de todas as idades, há cordas que auxiliam as pessoas que tem muito medo da água e os mergulhadores estão sempre prontos pra ajudar. Depois das 2 horas de atividades no mar, o barco retorna ao Portal de Maracajaú, onde o almoço escolhido já esta a sua espera. Se quiser pode aproveitar a piscina e alugar bugues para passear nas dunas.

Portal de Maracajaú.
Catamarã.
Local de mergulho.
Coral
Moreia
 Peixes.

Após o almoço, seguimos em direção a Praia de Punaú, onde visitamos o Punaú Praia Hotel (www.punaupraiahotel.com.br), um lugar maravilhoso na foz do Rio Punaú. A paisagem em meio a dunas, coqueiros e a junção do rio com o mar, faz desse hotel um lugar maravilhoso e muito especial para repousar em harmonia com a natureza. O local conta com um restaurante, aluguel de canoa, bugue e diversas opções de lazer.

Punaú Praia Hotel.
Família de saguis no Punaú Praia Hotel

No retorno para Natal, paramos em tendas na beira da estrada para ver as criações de caranguejo e provar/comprar algumas frutas regionais.

Tanque de caranguejos.

O passeio total dura 1 dia inteiro e custa R$85,00. Não se esqueça de levar muito protetor solar, trajes de banho, toalha, chapéu e se tiver uma roupa de mergulho (aquelas de neoprene) é interessante para escapar do sol forte.
OBS: As referências de preço e horários no texto, são da época da viagem (out. de 2011).