As
ruínas de Pompéia são muito famosas por possibilitar uma visão do cotidiano das
cidades no tempo do Império Romano. A cidade foi totalmente soterrada por
cinzas vulcânicas da erupção do Vesúvio em 79 d.C. e só voltou a aparecer
depois de escavações iniciadas na metade do século XVIII. A espessa camada de
cinzas possibilitou a preservação de boa parte da cidade, assim como alguns
detalhes do dia a dia das pessoas na época da tragédia. Pompéia fica a 22km de
Nápoles, cidade mais importante da região sul italiana.
Parte do mapa da Itália mostrando a localização de Roma (1) e Nápoles (2) (GoogleEarth). |
Trajeto de Nápoles (1) para Pompéia (3) com o
vulcão Vesúvio (2) no meio (GoogleEarth).
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Visitamos Pompéia saindo de Roma, num passeio de um dia inteiro. Para chegar às ruínas compramos ticket de trem para Nápoles (€$10,50 ida e €$19,50 volta / 2h10min de duração) e de Nápoles outro pequeno trem para Pompéia (€$4,80 ida e volta / cerca de 30min). O valor de entrada nas ruínas é de €$11,00.
Ticket do trem de Nápoles para Roma.
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Ticket de entrada para as ruínas de Pompéia. |
Ouvi
falar muito mal dos guias que trabalham nas ruínas (pouco atenciosos e aceleram
demais a visita), por isso decidimos fazer todo o passeio sozinhos. Na entrada
são distribuídos mapas muito úteis com a planta da cidade e um livreto com as
informações mais importantes sobre cada ponto. Se decidir fazer o mesmo, é bom
que leia um pouco sobre Pompéia antes, pois fazer este passeio sem nenhum
conhecimento dos fatos pode ser angustiante.
É
impossível escrever esse post sem contar um pouco da história de Pompéia. A
cidadezinha possuía cerca de 20 mil habitantes na época da erupção, de acordo
com as ruínas (incrivelmente preservadas) era uma localidade próspera com
diversas casas de comércio, aqueduto, uma grande basílica (usada para
administração de justiça e negociações comerciais), pelo menos quatro banhos
públicos, um teatro, um grande anfiteatro (onde lutavam os gladiadores) e até
mesmo bordéis.
Basílica. |
Uma das ruelas de Pompéia. |
Parte da "Casa da pequena fonte". |
Detalhe na "Casa de Apollo". |
Grande teatro. |
Anfiteatro (vista externa). |
Anfiteatro (vista interna). |
A
erupção do Vesúvio teria durado dois dias, segundo informações da única
testemunha a deixar registros escritos sobre a tragédia , Plínio, o Moço. De
acordo com ele, a manhã do primeiro dia teria sido normal, porém ao entardecer
uma explosão lançou uma coluna gigantesca de cinzas vulcânicas, neste momento
parte dos habitantes teriam fugido para áreas mais distantes. Durante a noite
ou no começo do dia seguinte, os fluxos piroclásticos começaram a atingir as
regiões próximas ao vulcão. Estes fluxos são conhecidos por conterem gases de
temperaturas muito altas (100-800°C),
além da ejeção de fragmentos de rocha a longas distâncias. Esse foi o último
cenário visto pela população de Pompéia, estima-se que cerca de 16000 pessoas
morreram durante a erupção do Vesúvio. Estudos apontam que as principais causas
de morte foram o calor descomunal (gases acima de 700°C) e o sufocamento por cinza vulcânica.
Quando
iniciaram a exploração, os cientistas se intrigaram com vários espaços vazios
nas camadas de cinza. Pouco tempo depois descobriram que estes espaços eram
deixados pelos corpos decompostos. Desta forma criaram uma técnica de injetar
gesso nas cavidades para criar um molde perfeito do formato das vítimas do
Vesúvio. O resultado final mostra com ricos detalhes as pessoas e suas ultimas
posições em vida, assim como vestimentas e utensílios de uso pessoal.
Molde das vítimas do Vulcão Vesúvio. |
Pompéia é um local apaixonante para quem gosta de história (como eu). Vá preparado para passar um dia inteiro nas ruínas, leve protetor solar, chapéu, água, um lanche e não se esqueça de usar roupa e tênis confortável (a caminhada é longa). No mais aproveite a oportunidade de passear por um vilarejo dos tempos áureos da Roma Antiga.
OBS: As referências de preço e horários no texto, são da época da viagem (fev. de 2009).
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