sábado, 27 de agosto de 2011

Bruxelas - Bélgica.

Bruxelas, capital da Bélgica, é uma bela cidade com população superior a 1 milhão de habitantes. Para chegar a Bruxelas saímos de Amsterdam num trem que custou €$36,60 (23,80 estudante) e teve duração de 2h40min de viagem.

Ticket do trem Amsterdam-Bruxelas.

Chegamos em Bruxelas pela Gare du Nord, a estação que recebe os trens vindos do Norte. Caminhamos por uns 20min. até chegar no Hotel La Madeleine (Rue de la Montagne, 20 / www.hotel-la-madeleine.be) um lugar aconchegante próximo da área central. Dormimos duas noites no hotel e foi pago €$75,00 por dia (quarto duplo) com um bom café da manhã incluído. Um dia inteiro em Bruxelas é suficiente para conhecer o principal da cidade, deixe um dia reservado para fazer um passeio em Brugges (uma linda cidade no estilo medieval).

Imagem aérea mostrando a área central de Bruxelas e alguns pontos
importantes: 1) Gare Central; 2) Hotel La Madeleine; 3) Grand Place;
e 4) Menneken-Pis. 
(GoogleEarth)

Chegamos cedo em Bruxelas e como bons fãs do Tintim, decidimos conhecer primeiro o Museu Belga de História em Quadrinhos  (Centre Belge de la Bande Dessinée / Rue des Sables, 20). Pra quem não conhece, "As aventuras de Tintim" são histórias em quadrinhos que iniciaram no final da década 1920, criadas pelo belga Hergé. As histórias falam sobre lugares históricos e aventuras em busca de tesouros, o sucesso foi tamanho que anos mais tarde tornou-se desenho animado. A entrada do museu custa €$7,50 (6,00 estudante), e além de vários itens temáticas do Tintim existem muitos outros desenhos belgas como os famosos Smurfs. Na entrada há uma grande loja que possui vasto acervo de quadrinhos Belgas em diversos idiomas.

Ticket de entrada no Museu dos Quadrinhos.
Réplica do "Cetro de Otocar" das Aventuras de Tintim.

Passamos pela Cathédrale Sts-Michel et Gudele, igreja que começou a ser construída em 1225 e seguimos para a Grand Place (Grote Markt), localizada na área central da cidade. Estando lá é fácil entender porque já foi considerada a praça mais linda do mundo, são vários prédios históricos que começaram a ser construídos no século XI, dentre eles se destaca o Hôtel de Ville (prefeitura de Bruxelas). Há pontos de venda de flores e vários cafés onde as pessoas sentam para observar o movimento.

Prédios da Grand Place.

Saindo da Grand Place pela Rue de L'Etuve Stoofstraat, siga quatro quadras até chegar na esquina com a Rue du Chêne Eikstraat, onde encontra-se um dos símbolos de Bruxelas, a Manneken Pis. Trata-se de uma pequena estátua de bronze de um menino fazendo xixi, criada em 1619. Muita lenda é contada sobre a inspiração da obra, sendo que a mais interessante fala de um prefeito que prometeu construir uma estátua na posição em que seu filho perdido fosse encontrado. A original foi roubada e danificada, hoje uma réplica ocupa o seu lugar. Em datas especiais a estátua é vestida com trajes comemorativos e há até um museu onde as mais de 600 roupas ficam expostas (Musée de la Ville, na Grand Place). Próximo da estátua ficam diversas lojinhas para compra de souvenires e chocolates, além de alguns cafés e banquinhas que vendem o gauffre (waffle), que pode ser comido puro, com cobertura de leite condensado ou chocolate (€$ 2,00).

Manneken Pis.

Passamos pela Eglise Saint-Nicolas na Rue au Beurre (ao lado da Grand Place) e fomos almoçar na Pizza Hut localizada na Boulevard Anspach, onde comemos algo semelhante ao nosso rodízio de pizza + refrigerante por €$10,75. À tarde passeamos sem rumo pela cidade e depois resolvemos visitar o Brewers' House, o Museu da Cerveja (Grand Place, 10), onde vídeos e equipamentos mostram a história da fabricação da cerveja na Bélgica. No fim das apresentações há degustação de algumas cervejas. O valor das entrada é €$6,00. A cerveja é motivo de orgulho na Bélgica, são centenas de tipos diferentes e há vários bares onde podem ser degustadas. Não deixe de entrar num deles e provar quantas variedades puder.

Algumas das cervejas degustadas em Bruxelas.
Algumas das cervejas degustadas em Bruxelas.

Existem várias opções baratas para matar a fome, saindo dos bares a gente comia kebab (lá servido numa massa em forma de cone, recheada com carne e batata frita) por €$4,00. Também há batata frita num cone com maionese por €$3,00.

O bom de visitar Bruxelas é que a cidade em si é um ponto turístico. Grande parte dos pontos interessantes pra conhecer são parques, praças e igrejas (tudo gratuito). Caminhe bastante ou simplesmente deixe o dia passar observando o movimento na Grand Place (degustando os deliciosos e famosos chocolates belgas).
OBS: As referências de preço e horários no texto, são da época da viagem (jan. de 2009). 

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Sintra - Portugal.

Situada em área serrana, Sintra é um vilarejo (considerado patrimônio mundial da UNESCO) com pouco mais de 25000 habitantes (2008) que dista 30km de Lisboa. Saindo de Lisboa, pegamos o trem na estação Rossio (€$ 3,40 total de ida e volta), numa viagem de cerca de 40min.

Mapa de Portugal com detalhe para a localização de Sintra. 
(GoogleEarth)
Ticket do trem Lisboa-Sintra.

O centro de informações fica na área da Estação de trem. Tivemos a "infeliz" idéia de ir até o Castelo dos Mouros a pé, são cerca de 3km morro acima (denominado Percurso de Santa Maria). Digo "infeliz" pois apesar de ser um caminho curto a subida é bem íngreme, o que rendeu algumas bolhas nos pés (por não estar com um calçado apropriado), apesar disso é uma caminhada interessante com muita paisagem bonita pra ser vista. Pra quem não tem muito tempo ou não quer esse "martírio", existe um ônibus que faz o trajeto Estação de trem-Castelo dos Mouros (é o autocarro Nº434, onde se paga €$ 4,00 total de ida e volta ).

Imagem aérea mostrando a localização de alguns dos pontos
importantes: 1) Estação de trem; 2) Palácio Nacional de Sintra;
3) Museu do Brinquedo e 4) Piriquita (queijadinha). 
(GoogleEarth)  

Saindo da Estação de trem passamos pela Praça da Liberdade, Palácio Nacional de Sintra (que estava fechado) e iniciamos a subida até o Castelo dos Mouros. No início do caminho há algumas fontes e cascatinhas. Paga-se um valor único que vale tanto para o Castelo dos Mouros quanto para o Palácio Nacional da Pena (€$ 11,00). O Castelo dos Mouros foi construído no século VIII pelos árabes que escolheram a área por causa da posição privilegiada que possibilitava controlar estrategicamente todas as vias que ligavam Sintra aos demais grandes centros, além de poder perceber a movimentação de inimigos à quilômetros de distância. Hoje restam apenas as muralhas e algumas ruínas que juntamente com a panorâmica vista da região completam uma beleza inexplicável.

Imagem aérea mostrando a área 
central de Sintra, o Castelo dos 
Mouros e o Palácio da Pena. 
(GoogleEarth)
Ticket de entrada no Castelo
dos Mouros e Palácio da Pena.
 
Castelo dos Mouros
Castelo dos Mouros
Castelo dos Mouros.

Seguindo a subida da Serra de Sintra por algumas centenas de metros, chegamos ao Palácio Nacional da Pena. A história deste belo Palácio remonta ao século XVI quando foi construído um convento no local, arruinado séculos mais tarde por terremotos e raios. O Rei Fernando II em 1838 adquiriu a área para construção de sua casa de veraneio e assim o palácio foi sendo ocupado pelos reis que o sucediam. Com a implantação da República em Portugal, o palácio foi transformado em museu. É uma construção linda e histórica, com diversos estilos diferentes e pintada de várias cores. A parte interna é conservada como na época da família real, com diversos pertences e detalhes da vida do Rei Carlos I. Terminada a visitação interna, há uma lanchonete onde pode-se degustar um cafezinho com a bela vista da região.

Palácio da Pena
Vista da região com o Castelo dos Mouros em destaque.

Voltamos para o centro de Sintra com um ônibus (€$2,50 só a volta), onde almoçamos no Village Café. Pedi um prato de bacalhau + Coca-Cola por €$7,80. Depois fomos visitar o Museu do Brinquedo (Rua Visconde de Monserrate, 2710 - www.museu-do-brinquedo.pt), um prédio de três andares com brinquedos das mais diversas procedências e épocas. É um local bem interessante para ser visitado e o valor é de €$4,00 (€$2,00 para estudantes). Próximo ao museu existem várias lojinhas para comprar souvenires e postais.

Ticket do ônibus Palácio da Pena-Centro de Sintra.
Ticket de entrada no Museu do Brinquedo.
Museu do Brinquedo.
Museu do Brinquedo.

No fim da tarde fomos a casa de doces "Piriquita" (Rua das Padarias) provar um dos doces típicos da região, a queijadinha (€$4,00 por seis doces). Parece piada mas apesar do nome a queijadinha não recebe nada de queijo na sua receita (é preparada com coco, leite, farinha de trigo e açucar). Depois caminhamos lentamente até a estação de trem para retornar à Lisboa.

Embalagem das queijadinhas.
Queijadinhas.

Sintra é um lugar calmo para visitar, sem aquela correria das grandes cidades. É o ponto ideal para uma visita de um dia inteiro. Visitando Lisboa, reserve um dia para conhecer a magia do castelo e do palácio de Sintra, assim como a belíssima paisagem serrana.
OBS: As referências de preço e horários no texto, são da época da viagem (jan. de 2009). 

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Cascais - Portugal.

Cascais é um vilarejo com cerca de 33300 habitantes (2006) que dista 25km de Lisboa. Área de praia, banhada pelo Oceano Atlântico, já foi um importante balneário nos tempos do Rei Luís I. Hoje em dia é um lugar calmo onde a atividade dominante é a pesca. É o lugar ideal para um passeio de um dia inteiro. Para chegar até esta simpática localidade, pegamos o trem em Lisboa (na estação Cais do Sodré) onde pagamos €$ 3,40 (total de ida e volta), numa viagem de cerca de 40min.

Mapa de Portugal com detalhe na localização de Cascais. 
(GoogleEarth) 
Ticket do trem Lisboa-Cascais.
Imagem aérea mostrando os principais pontos: 1) Estação de trem;
 2) Shopping Cascais Villa; 3) Centro de Informações; 4) Praia da
Conceição; 5) Praia da Rainha; 6) Praia da Ribeira; 7) Farol de
Santa Marta e 8) Boca do Inferno. 
(GoogleEarth)

À poucas quadras da estação de trem há um centro de informações, onde conseguimos um mapa e decidimos os locais mais interessantes para conhecer. Neste vilarejo há um ponto conhecido como "Boca do Inferno", uma formação natural muito interessante e decidimos que tínhamos que ir até lá. Sendo assim, começamos uma caminhada de cerca de 2km. No caminho passamos pela Praia da Conceição, com algumas piscinas alimentadas pela água do oceano; a Praia da Ribeira, onde os pescadores organizam suas redes e armadilhas para pegar polvos; o Forte Militar, que estava fechado para reformas e o Farol de Santa Marta.

Gaiolas para capturar polvo na Praia da Ribeira.
Farol de Santa Marta.

Saindo do Farol, em direção a Boca do Inferno, pegamos um caminho muito lindo num calçadão ao lado do mar (não digo à beira-mar pois neste trecho não há areia, o mar bate direto na formação rochosa). É um trecho com vista maravilhosa onde não há como não parar a cada instante para observar a linda paisagem. A Boca do Inferno é um local maravilhoso que não pode deixar de ser visitado. Neste ponto a ação das ondas e da água da chuva provocam o desgaste das rochas de composição carbonática que compõem a região, formando lindas grutas. A coloração azulada da água do mar ajuda a formar um cenário de tirar o fôlego.

Trecho entre o Farol de Santa Marta e a Boca do Inferno.
 (GoogleEarth)
 
Boca do Inferno.

No caminho de volta para o centro da cidade, paramos para almoçar no restaurante Pãozinho Quente. Lá é servido um prato para viajantes, com de sopa de legumes, massa, refrigerante e café (€$ 8,00). Saindo do restaurante fomos visitar o Museu do Mar (entrada gratuita), que dispõem vários animais marinhos empalhados, alguns fósseis e artefatos antigos de navegação, além de alguns tesouros encontrados em navios que naufragaram em mares próximos.

Museu do Mar.

O centro de Cascais possui comércio diverso e um grande shopping, o Cascais Villa. Vale a pena aguardar o fim da tarde em algum dos bares próximos as diversas praias de Cascais.

Pôr do Sol em Cascais.

Se você estiver em Lisboa, cansado da cidade e dos seus monumentos históricos, visite Cascais e surpreenda-se com belas praias e a simplicidade deste vilarejo.
OBS: As referências de preço e horários no texto, são da época da viagem (jan. de 2009). 

domingo, 14 de agosto de 2011

Puente del Inca - Argentina.

O povoado argentino conhecido como Puente del Inca fica localizado em meio a paisagem exuberante das Cordilheiras dos Andes, próximo ao Cerro Aconcágua e a apenas 20 km da fronteira com o Chile. Saíndo de Mendoza pela Ruta 7 são cerca de 190 km, num trajeto que inclui belos vinhedos, rebanhos de guanacos, rios com águas cristalinas provenientes do derretimento das geleiras e a oportunidade única de sentir-se minúsculo enquanto adentra a imponência das Cordilheiras dos Andes.

Rota entre Mendoza e Puente del Inca pela Ruta 7 (acima) 
e detalhe da região de Puente del Inca (abaixo). 
(GoogleEarth)

Com pouco mais de 130 habitantes (2001) a localidade é famosa pela formação geológica que criou uma ponte natural sobre o Rio Las Cuevas e por banhos termais em águas que oscilam entre 34 e 38 graus. Visitando o local pode-se ver as ruínas do Hotel Puente del Inca, construção luxuosa erguida em 1925 e parcialmente destruída numa avalanche em 1965 que arruinou grande parte do povoado. A coloração laranja, amarela e ocre de toda a área próxima ao rio contribuem com a beleza singular do local, e é resultado da impregnação de óxidos e sulfatos presentes na água.

Área da ponte natural e das ruínas do Hotel Puente del Inca.

Os habitantes de Puente del Inca criaram um artesanato muito interessante usando a composição diferenciada da água do Rio Las Cuevas. Sabendo que os constituintes minerais da água se agregavam a qualquer substrato, começaram a mergulhar todo tipo de objetos nas águas do rio. Deixando estes objetos por cerca de um mês submersos, os mesmos agregavam todos os óxidos e sulfatos presentes na água, adquirindo aspecto de "petrificado". Pode-se encontrar desde tênis e chinelos até garrafas de coca-cola que são muito procurados como souvenir. Além deste artesanato único, são vendidos casacos, gorros, instrumentos musicais e outros artefatos do povo inca.

Garrafa da Coca-Cola impregnada por óxidos e
sulfatos presentes na água do Rio Las Cuevas.

A arquitetura do povoado também é algo à parte, são usados fragmentos das rochas da cordilheira (de tamanhos variados) que são cuidadosamente ordenados para levantar as paredes das casas.

Modo como são construídas as casas em Puente del Inca.
Sem dúvida nenhuma é ponto de parada obrigatória para todos os viajantes que estão fazendo o trajeto Mendoza-Santiago (ou vice-versa). Além da parte cultural há lanchonetes onde pode-se descansar comendo alguma coisa e renovando o estoque de água. Nada como uma pausa para descanso em um lugar tão bonito.
OBS: As referências de preço e horários no texto, são da época da viagem (jan. de 2007). 

sábado, 13 de agosto de 2011

Bonito, Jardim e Bodoquena (MS) - Brasil.

O município de Bonito localiza-se a sudoeste do estado de Mato Grosso do Sul em meio a rica biodiversidade da Serra da Bodoquena. Saindo da capital Campo Grande são cerca de 260km pela BR262, BR419 e MS-345, num trajeto que começa com o movimento e barulho da capital e lentamente se transforma nas pacatas rodovias do interior.

Rota de Campo Grande para Bonito (acima); 
Bonito para Bodoquena (abaixo à esq.);
 e Bonito para Jardim (abaixo à dir.). (GoogleEarth)

Com população estimada em pouco menos de 18230 habitantes (2007) o município é conhecido mundialmente pelo ecoturismo, sendo suas principais atrações as paisagens naturais como grutas, rios de águas "transparentes", cachoeiras e a rica fauna e flora local. É impressionante a organização da cidade para receber os turistas, sendo necessário o agendamento antecipado das áreas que pretende visitar. Não deixe para reservar o seu voucher (ticket de entrada nos parques) de última hora, principalmente na alta temporada. A reserva do voucher deve ser feita em agências de turismo, onde é conferida a disponibilidade do passeio. Fui muito bem atendido na Agência Ar (www.agenciaarbonito.com.br), onde meses antes de viajar escolhi os passeios que gostaria de fazer, reservei o hotel e aluguei um carro. Vale ressaltar que o hotel e o carro procurei por sites fora da agência e mesmo assim eles intermediaram as reservas, desta forma fica claro que o pessoal da agência não "força" a escolha de nada.

O hotel escolhido foi o Paraíso das Águas (Rua Cel. Pilad Rebuá, 1884 / www.paguas.com.br) por causa do custo-benefício. Além do preço atraente, localiza-se na área central de Bonito (perto dos melhores restaurantes, bares e todas as lojas de artesanato). O quarto onde ficamos (duplo) era espaçoso e o café da manhã era bom.

Referente aos passeios, o município é recheado de paisagens lindas prontas para serem visitadas. Sugiro que escolha os pontos de visita de acordo com o tempo de duração de cada passeio, lembrando que os pontos não são muito perto uns dos outros e as estradas que os ligam ao município são na sua grande maioria estrada de chão. Passei uma semana entre Bonito, Jardim e Bodoquena e vou ponderar algumas considerações sobre os pontos que visitei.

Dia 1: Chegamos em Bonito no final da tarde, tendo em vista que o dia foi consumido no trecho aéreo Porto Alegre/Campo Grande e no trajeto de carro Campo Grande/Bonito. Aproveitamos o final da tarde para caminhar no centro da cidade, onde há uma fonte com a figura de dois dourados gigantes. Jantamos no Pantanal Carnes Exóticas (Rua Cel. Pilad Rebuá, 1808), um ótimo restaurante que dentre os pratos principais serve um combinado com carnes de jacaré, avestruz, capivara e queixada. Depois da janta fomos a Cachaçaria Taboa (Rua Cel. Pilad Rebuá, 1837 / www.taboa.com.br), um local descontraído com música ao vivo e diversas bebidas feitas com a cachaça artesanal da casa, vale a pena curtir uma noite lá.

Chafariz na área central de Bonito.

Dia 2: Visitamos a Gruta do Lago Azul e as Grutas de São Miguel, localizadas a 20 e 17km de Bonito, respectivamente. O caminho é quase todo por estrada de chão de boa qualidade. Na Gruta do Lago Azul, ao chegar no receptivo recebemos um capacete e iniciamos uma caminhada de cerca de 300m até chegar a entrada da caverna onde descemos cerca de 300 degraus cavados na terra. No fundo da caverna há um lago com água cristalina que ganha uma coloração azulada por causa da entrada dos raios de sol. Um lugar espetacular! Todos os viajantes que passam pela região tem a obrigação de visitar. O passeio dura cerca de 1h40min e o custo é de R$36,00. Ainda no período da manhã, fomos visitar as Grutas de São Miguel que ficam a poucos quilômetros da Gruta do Lago Azul. Depois de um vídeo com a apresentação das grutas, recebemos um capacete e uma lanterna. O passeio seguiu com uma caminhada numa ponte pênsil pela copa das árvores por cerca de 200m e mais um trecho de trilha pela mata até chegar a entrada da gruta. A gruta é cheia de formações calcárias milenares como estalactites, estalagmites, formas de corais, pilastras, dentre outras. Após mais um trecho de trilha pela mata, retornamos para a sede com um carro de apoio. O passeio dura cerca de 1h30min e o custo é de R$25,00. Voltamos para a cidade para almoçar e em seguida fomos ao Passeio do Bote Iberê, que fica a 12km de Bonito numa estrada de chão um pouco "mal cuidada". Chegando no receptivo recebemos um colete salva-vidas e iniciamos o passeio de 6km em bote inflável no Rio Formoso, descendo corredeiras e pequenas cachoeiras com paradas para banho. Todo o trecho do rio é rodeado pela mata intocada onde é possível ver um pouco da fauna e flora local. O passeio termina com o desembarque na Ilha do Padre onde há diversos pontos para banho no rio, além de lanchonete, banheiros e vestiários. É um passeio com duração de meio dia, com custo de R$70,00. À noite fomos jantar no restaurante O Casarão (Rua Cel. Pilad Rebuá, 1835), onde servem um rodízio de peixes muito bom.

Gruta da Lagoa Azul.
Gruta de São Miguel.

Dia 3: Saímos em direção a Fazenda São Geraldo, que fica a 18km de Bonito em boa estrada de chão. Nesta fazenda é feita a flutuação no Rio Sucuri, um dos rios de águas mais cristalinas do mundo. Ao chegar no receptivo recebemos o equipamento e nos dirigimos para uma caminhada de 500m pela mata para conhecer a nascente do rio, numa área muito bonita e preservada. Na flutuação, de quase 2km, pode-se ver a variedade da flora subaquática além de diversos cardumes de peixes como piraputangas e pacus. Depois de algumas horas retornamos a sede da fazenda para o almoço com comida típica da região. Há uma boa infra-estrutura na fazenda, com vestiários, redário, piscina e restaurante. É um passeio com duração de meio dia, com custo de R$151,00. À tarde fomos descansar na Praia da Figueira, distante 14 km de Bonito. Trata-se de uma área onde era feita a extração de calcário e posteriormente foi criado um lago artificial rodeado por areia branca e coqueiros, como se fosse uma praia. Se você pretende descansar é um lugar ótimo para deitar na beira do lago onde também há um bar que serve alguns petiscos e bebidas. O custo de entrada no parque é de R$30,00. Na minha opinião é um local que destoa um pouco da beleza natural que toda a região tem a oferecer, se não tiver muito tempo escolha outra opção. À noite saímos com alguns amigos que conhecemos nos passeios. Fomos ao Ocas bar (Rua Cel. Pilad Rebuá, 1996), um local interessante, mas se tiver pouco tempo na cidade vá na Cachaçaria Taboa.

Flutuação no Rio Sucuri.

Dia 4: Neste dia por causa de desentendimentos entre a agência e um dos passeios escolhidos fizemos quase 40km em estrada de chão horrível, e ao chegar no ponto descobrimos que naquele dia o passeio não era feito. Retornamos a agência e após relatar o ocorrido, trocamos o passeio cancelado pelo Parque das Cachoeiras e ganhamos o Bóia Cross de brinde. Seguimos para o Parque das Cachoeiras somente à tarde, são 17km por estrada de chão. Chegando no receptivo há vestiários e uma área grande com um bar/restaurante onde no fim do passeio é servido um café da tarde. São cerca de 2km de trilhas entre a mata ciliar ao Rio Mimoso onde são contempladas sete lindas cachoeiras. Além do banho de rio, numa das cachoeiras há uma carretilha. É um passeio com duração de meio dia com custo de R$96,00. Imperdível para todos que gostam de conviver em meio a natureza. À noite fomos comer no Vício da Gula (Rua Cel. Pilad Rebuá, 1852), uma lanchonete que serve hambúrguer com carne de jacaré, uma peculiaridade que deve ser provada.

Parque das Cachoeiras: Cachoeira do Sol.
Parque das Cachoeiras:  Cachoeira do Sinhozinho.

Dia 5: Saímos em direção a Jardim por um trajeto praticamente todo asfaltado de 56km, onde faríamos a Flutuação no Rio da Prata. No caminho pode-se ver bandos de papagaios na copa das árvores e grandes fazendas de gado. Na minha opinião um ponto que não deve deixar de ser visitado de maneira alguma, se tiver que escolher uma só flutuação, não pense duas vezes e escolha essa. Chegando no receptivo recebemos o equipamento todo e fomos levados de camionete até o ponto onde iniciava a trilha de cerca de 40min. Neste caminho a fauna e flora da região são contempladas a todo o momento, são araras, seriemas, papagaios, tucanos e com muita sorte (como a que tivemos) jacarés e antas. Chegando no rio começamos a flutuação que dura cerca de 1h20min, onde pode-se ver grande quantidade e variedade de peixes de todas as cores e tamanhos, incluindo cardumes de grandes dourados (o ponto alto da flutuação). Num dos pontos da flutuação pode-se tocar na nascente do Rio Olho d'água, um local curioso onde a água borbulha do fundo do rio (a cerca de 3m de profundidade). Na volta a sede saboreamos um ótimo almoço com comidas típicas da região, e depois há vários pontos para descanso nos redários. O passeio dura todo o dia e o custo é de R$132,00. Vale a pena ressaltar, não perca a oportunidade de conhecer este lugar. Sugiro que no fim da tarde visite o Buraco das Araras, distante 5km do passeios do Rio da Prata. O Buraco das Araras é uma enorme cratera sitiada em meio ao cerrado, escolhido como moradia de grande número de araras, principalmente as Araras Vermelhas. O fim da tarde é quando as araras começam a retornar para seu lar, então é o melhor horário para vê-las. O passeio pela cratera dura cerca de 45min e tem custo de R$25,00. À noite fomos jantar no Cantinho do Peixe (Rua 31 de março, 1918), um ótimo restaurante (premiado várias vezes pela revista Quatro Rodas) que serve peixes da região num ambiente simples e aconchegante.

Passeio do Rio da Prata: Caturritas.
Passeio do Rio da Prata: Dourados.
Passeio do Rio da Prata:  nascente do Rio Olho d'água.
Buraco das Araras.

Dia 6: Saímos em direção a Bodoquema por um trajeto de 59km de estrada de chão horrível em grande parte do percurso onde fomos visitar o parque da Boca da Onça (www.bocadaonca.com.br). No trajeto pudemos avistar vários bandos de tucanos, papagaios e algumas seriemas e pica-paus. Chegando no passeio fomos encaminhados a sede (muito grande e bonita) de onde começamos o passeio. Uma camionete nos levou até o início da trilha, de aproximadamente 3km passando por 11 cachoeiras. A trilha é feita na mata preservada e tudo é muito bem organizado, no meio do caminho há um quiosque onde é possível abastecer o estoque de água. Em algumas das 11 cachoeiras é possível tomar banho. O passeio reserva para o fim a grande atração, a Boca da Onça, a maior cachoeira do estado com 156m de altura. Em pode-se escolher entre um carro de apoio ou uma escadaria com 886 degraus onde contempla-se a beleza da região num ponto onde é possível fazer rapel ao lado da Boca da Onça. Voltando a sede, foi servido o almoço típico da região e depois pudemos descansar no redário. Há também piscinas com peixes da região além de alguns lugares para banho e hidromassagem. Esse é um passeio imperdível para amantes da natureza, o lugar é maravilhoso em todos os aspectos. É um passeio para o dia todo e tem custo de R$110,00.

Parque Boca da Onça: Boca da Onça. 
Parque Boca da Onça: Cachoeira do Fantasma.

Dia 7: Não tínhamos reservado nada para este dia pois íamos ter que retornar a Campo Grande para pegar o vôo de volta a Porto Alegre. Aproveitamos a manhã livre para fazer o Bóia Cross que ganhamos da agência. O passeio é feito dentro da imediações do Hotel Cabanas (www.hotelcabanas.com.br) que fica a 6km de Bonito. Neste hotel há animais soltos que harmonizam com as pessoas (tucanos, emas, cotias, dentre outros...), há também várias coisas para fazer, como arvorismo, flutuação, várias trilhas, etc. Quem for viajar com crianças, vale a pena pesquisar o valor deste hotel. Chegando no receptivo recebemos um capacete e coletes salva-vidas. De camionete fomos até as margens do Rio Formoso onde é feito o passeio que consiste em uma bóia individual para cada pessoa que vai descendo pelas corredeiras e algumas pequenas cachoeiras. É um passeio interessante que dura cerca de 40min e custa R$40,00. Após o passeio retornamos ao hotel para buscar as coisas e fomos almoçar no Rei do Jacaré um bom restaurante  que se localiza na entrada de Bonito. Depois do Almoço retornamos a Campo Grande onde nossa viagem finalizou.

Tucano no Hotel Cabanas.

Comentários finais: Bonito é um lugar maravilhoso! Se você for um amante da natureza, esqueça os grandes centros e vá logo conhecer Bonito. Se tiver com pouco tempo, há pontos que não podem deixar de serem visitados, como a Gruta do Lago Azul, a Flutuação no Rio da Prata e escolha entre o Parque das Cachoeiras e a Boca da Onça. Aproveite essa viagem para relaxar e aproveitar ao máximo as belezas que a natureza tem pra te oferecer. Vale lembrar que nas flutuações é expressamente proibida a utilização de protetor solar e de repelentes contra mosquitos (que literalmente te devoram), para não afetar a qualidade e composição das águas. Dentro do rio não pode tocar o chão com os pés, para não deixar a água turva.
OBS: As referências de preço e horários no texto, são da época da viagem (fev. de 2010).